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10/06/2013

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: DIÁLOGO É A CHAVE PARA O CONSUMO RESPONSÁVEL


Estabelecer limites também é essencial para que os filhos tenham uma relação saudável com o dinheiro

Embora o maior acesso à informação por meio da internet e das redes sociais despertem as crianças mais cedo para o consumo, cabe aos pais estimular os filhos a economizar, antecipando também a educação financeira dos pequenos consumidores.

A contadora Delara Cavalcante e o filho Ricardo, de 8 anos, sempre negociam a compra de novos presentes. A última proposta dele foi de vender o videogame antigo para dar entrada em um mais moderno FOTO: HELOSA ARAÚJO

Especialistas indicam o diálogo como a melhor forma para mostrar aos filhos que existem outros gastos prioritários relativos à habitação, alimentação, saúde e educação, por exemplo. Estabelecer limites é outro ponto fundamental.

Aos 8 anos de idade, Ricardo Filho, mostra que sabe exatamente o que quer e não lhe faltam argumentos para persuadir a mãe, a contadora Delara Cavalcante, que, apesar de não inibir a iniciativa do garoto, sabe como convencê-lo por meio do diálogo. "Nossa negociação é sempre na base da relação de amizade", afirma Delara.

Inteligente, o menino, que cursa o terceiro ano do ensino fundamental em um colégio particular de Fortaleza, propôs a mãe vender o seu videogame, que segundo ela custa em torno de R$ 800,00, para dar entrada num game mais avançado. E as prestações, ela assumiria como seu presente do Dia da Criança.

Depois de elogiá-lo pela ideia, ela explicou que no momento não tem condições de comprar o novo brinquedo. "Expliquei que agora, nesse Dia da Criança, o máximo que eu poderia desembolsar para comprar o presente dele é R$ 200,00. Então ele entendeu que o novo game ficaria para depois", diz.

Limite


A contadora tem o hábito de estabelecer um limite de valor e depois deixa o filho livre para fazer a escolha dele. "Eu coloco sempre um limite. Depois eu o levo até a loja de brinquedo para ele escolher o que quer dentro do valor estipulado", afirma.

O método, segundo ela, faz parte do processo de aprendizado de seu filho. "Para ensiná-lo a lidar com o consumo, dou a ele uma mesada de R$ 30,00 por mês. O detalhe é que ele só recebe no mês que consegue tirar boas notas. Na escola dele tem prova toda semana. Então, ele já se prepara para poder contar com esse dinheiro no fim do mês. Para este mês de outubro, ele já planejou que vai comprar uma blusa por R$ 25,00 e que o restante, R$ 5,00, será gasto com figurinhas", explica Delara Cavalcante.

Como qualquer criança, ela afirma que Ricardo Filho é às vezes impulsivo. "Se deixar, ele consegue gastar todo o dinheiro no mesmo dia só com lanches no colégio", diz.

Com relação a roupa e a calçado, a contadora garante que o filho até quer ajuda para escolher. Mas quando o objeto é brinquedo ou comida, ele sabem bem o que quer. "Quando saímos para comer sushi, as vezes ele resolve que vai comer pizza. Nesse caso, eu gosto de deixá-lo a vontade", diz.

Educação

Delara é um bom exemplo de como orientar os filhos para o consumo consciente, mas nem todos os pais conseguem realizar tal tarefa. Como espelhos que são para os filhos, os pais precisam ser o exemplo do que ensinam para as crianças. Desse modo, antes de ditar uma série de regras e proibições para as crianças, os pais precisam, primeiro, organizar a própria vida financeira, prezando não apenas pela saúde do orçamento familiar, mas também pela relação saudável de todos os membros da família, inclusive das crianças, com o dinheiro e o consumo.

O Dia da Criança é um boa data para que pais e filhos aprendam a consumir melhor. Apesar da felicidade do filho não ter preço, os brinquedos têm e, por isso, os pais precisam ter cuidado para não adquirirem um presente além do que as suas condições financeiras permitem. "Não são poucos aqueles que se endividam além do possível para presentear os filhos com vídeo game de última geração, celulares ou roupas caras, o que acaba comprometendo o orçamento da família", avalia Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Além das questões financeiras, os pais também precisam estar atentos à segurança dos pequenos aos escolher o brinquedo. É importante verificar, por exemplo, a faixa etária para a qual o produto é indicado, identificar o fabricante e checar se o brinquedo possui selo de qualidade do Inmetro. (AC)

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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